Desvendando as Leucemias
- Equipe Aima

- 1 de set.
- 3 min de leitura
A leucemia é um tipo de câncer que se origina nas células que dão origem aos componentes do sangue, localizadas principalmente na medula óssea. Ela se caracteriza pela produção descontrolada de células sanguíneas anormais, que não amadurecem adequadamente e podem se acumular na medula óssea, no sangue e em outros órgãos, comprometendo o funcionamento normal do corpo.
Para uma melhor compreensão, as leucemias são classificadas de duas maneiras principais: pela velocidade de progressão da doença e pelo tipo de célula sanguínea que é afetada.
Classificação pela Velocidade de Progressão: Aguda ou Crônica
Esta classificação descreve a rapidez com que a doença se desenvolve e os sintomas surgem:
Leucemias Agudas: São doenças de progressão rápida que progridem de forma veloz e agressiva.
Células Imaturas (blastos): Caracterizam-se pela produção de um grande número de células sanguíneas muito jovens e imaturas, chamadas "blastos", que não conseguem amadurecer e desempenhar suas funções normais. Essas células anormais se multiplicam rapidamente, ocupando o espaço na medula óssea e prejudicando a produção de células saudáveis.
Sintomas Intensos: Os sintomas costumam surgir de forma súbita e intensa, como fadiga extrema, febre, infecções frequentes, sangramentos e dores ósseas. O diagnóstico e o tratamento precisam ser iniciados com urgência.
Leucemias Crônicas: Apresentam um desenvolvimento mais gradual, muitas vezes ao longo de meses ou até anos.
Células Mais Maduras: As células anormais envolvidas são mais maduras ou quase maduras. Embora consigam realizar algumas de suas funções, elas se proliferam excessivamente e podem se acumular.
Sintomas Graduais: Os sintomas podem ser mais brandos, inespecíficos ou até mesmo ausentes nas fases iniciais, sendo a doença frequentemente descoberta em exames de sangue de rotina. Embora de progressão lenta, ainda necessitam de acompanhamento médico e tratamento quando indicado.
Classificação pelo Tipo de Célula Afetada: Mieloide ou Linfoide
Esta classificação se refere à linhagem de células sanguíneas que deu origem à leucemia:
Leucemias Mieloides:
Origem: Surgem a partir das células-tronco mieloides na medula óssea.
Função: As células mieloides normais dão origem a diversos tipos de células sanguíneas, incluindo:
Glóbulos vermelhos (hemácias): Responsáveis pelo transporte de oxigênio.
Plaquetas: Essenciais para a coagulação do sangue.
Alguns tipos de glóbulos brancos: Como neutrófilos, eosinófilos e basófilos, que combatem infecções.
Doença: Na leucemia mieloide, a produção anormal dessas células compromete a formação de todos esses elementos sanguíneos vitais.
Leucemias Linfoides:
Origem: Surgem a partir das células-tronco linfoides na medula óssea.
Função: As células linfoides normais dão origem aos linfócitos (células B e células T), que são tipos específicos de glóbulos brancos fundamentais para o sistema imunológico, atuando na defesa do corpo contra infecções e outras doenças.
Doença: Na leucemia linfoide, a proliferação anormal de linfócitos interfere na capacidade do sistema imunológico de combater infecções e na produção de outras células sanguíneas.
Os Quatro Principais Tipos de Leucemia
Combinando essas duas classificações, chegamos aos quatro tipos mais comuns de leucemia:
Leucemia Mieloide Aguda (LMA): É a leucemia aguda mais frequente em adultos. Envolve a rápida proliferação de mieloblastos (células mieloides imaturas) na medula óssea.
Leucemia Linfoide Aguda (LLA): É o tipo de leucemia mais comum em crianças, embora também possa afetar adultos. Caracteriza-se pela proliferação descontrolada de linfoblastos (células linfoides imaturas).
Leucemia Mieloide Crônica (LMC): Uma leucemia crônica que afeta as células mieloides. Frequentemente associada a uma alteração genética específica conhecida como cromossomo Filadélfia. Possui um curso mais lento e tratamentos específicos que, em muitos casos, permitem um bom controle da doença.
Leucemia Linfoide Crônica (LLC): É o tipo mais comum de leucemia em adultos, geralmente diagnosticada em pessoas mais velhas. Caracteriza-se pelo acúmulo gradual de linfócitos B anormais no sangue, medula óssea e gânglios linfáticos.
Sinais de Alerta e a Importância do Diagnóstico
Os sintomas da leucemia podem variar e são frequentemente inespecíficos, podendo ser confundidos com outras condições. No entanto, é fundamental estar atento a sinais como:
Fadiga e fraqueza persistentes
Febre inexplicável ou suores noturnos
Infecções frequentes
Manchas roxas (hematomas) ou pequenos pontos vermelhos na pele (petéquias), sangramentos nas gengivas ou nariz
Perda de peso sem motivo aparente
Aumento de gânglios linfáticos (caroços) no pescoço, axilas ou virilha
Inchaço ou desconforto abdominal (devido ao aumento do baço ou fígado)
Dores ósseas e nas articulações
Se você ou alguém que conhece apresentar um ou mais desses sintomas de forma persistente, é crucial procurar um médico para uma avaliação. O diagnóstico precoce, geralmente feito através de exames de sangue, mielograma, exames genéticos da medula, em algumas vezes da biópsia da medula óssea, é a chave para o início rápido do tratamento e melhora das chances de sucesso terapêutico.
A medicina avançou significativamente no tratamento das leucemias, oferecendo diversas opções que podem proporcionar controle da doença e qualidade de vida. A conscientização e o acesso à informação são passos importantes na luta contra o câncer.








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