Anticoagulantes orais: quais cuidados com a dieta vocĂȘ precisa ter?
- Equipe Aima
- 6 de ago. de 2021
- 3 min de leitura
Q

uando tomamos anticoagulantes orais, muito falamos e ouvimos sobre a necessidade de realizar mudanças ou restriçÔes na dieta, na alimentação que temos no dia a dia. Mas qual é a razão verdadeira para isso?
Quer saber mais sobre o assunto? Continue lendo esse artigo aqui no Blog AIMA!
Vamos começar do começo: falando sobre a coagulação do sangue e sobre o modo de ação da varfarina (comercialmente conhecida como Marevan), que é um dos anticoagulantes orais mais conhecidos e usado hå décadas.
Para que a coagulação do nosso sangue funcione de maneira apropriada, precisamos de uma vitamina, a tão dita vitamina K.
A vitamina K funciona em nosso organismo como parte do processo de fabricação de vĂĄrios fatores sanguĂneos necessĂĄrios para que o sangue coagule.
Neste sentido, vocĂȘ pode estar pensando... e entĂŁo, o que a varfarina faz no nosso sangue para evitar ou tratar a trombose?
A varfarina funciona bloqueando em nosso organismo a fabricação desses fatores de coagulação que dependem da vitamina K, reduzindo então a atividade da coagulação do nosso sangue.
Com a coagulação funcionando de maneira inibida, conseguimos tratar as tromboses ou evitar que elas ocorram.
E onde encontrar vitamina K?
As principais fontes de vitamina K são os vegetais e também os óleos.
Os alimentos folhosos verde escuro, os preparados à base de óleo, as oleaginosas e frutas como o kiwi, abacate, uva, ameixa e figo contém teores significativos de vitamina K.
Assim, o efeito desse anticoagulante pode ser reduzido pelo consumo excessivo de vitamina K na dieta. Por isso é que, hå alguns anos, se recomendava uma dieta restrita em vegetais folhosos, principalmente os de coloração verde escura.
Mas, o que se percebeu com o tempo de experiĂȘncia com os anticoagulantes orais Ă© que, quanto mais interferimos na dieta e nos hĂĄbitos de vida normal do paciente, mais difĂcil fica para ele aderir ao tratamento.
E o tratamento com a varfarina não costuma ser muito fåcil para todas as pessoas, por ser um medicamento que tem dose variåvel e que requer que o paciente faça um exame chamado de RNI, periodicamente, para monitorização.
Por isso, se seu restrinjo a dieta, fica mais difĂcil ainda pro paciente, nĂŁo Ă© mesmo?
E entĂŁo, como fazemos hoje em dia?
Deixamos que o paciente siga a sua dieta normalmente, com o cuidado apenas de que o consumo de alimentos ricos em vitamina K seja constante.
Com uma ingestĂŁo de um teor constante de vitamina K, fica mais fĂĄcil prever o seu efeito sobre o medicamento e evitar oscilaçÔes indesejadas nos nĂveis do exame de RNI.
Costumamos dizer, hoje em dia, que âa gente ajusta o remĂ©dio pra vida do paciente, ao invĂ©s de ajustar a vida do paciente ao remĂ©dioâ. Parece mais interessante, nĂŁo Ă© mesmo?
Uma Ășltima informação importante: esses efeitos da dieta sobre o medicamento sĂł valem para as drogas da mesma classe da varfarina, que funcionam interferindo no metabolismo da vitamina K.
Os outros anticoagulantes orais mais novos, como rivaroxabana, apixabana e dabigatrana, tĂȘm outros mecanismos de ação, impedindo a formação do coĂĄgulo de sangue por outras vias, sem interferĂȘncia da vitamina K.
Então, não precisa restringir a dieta por causa deles também não, tå?
E aĂ, gostou do nosso artigo? Comente, compartilhe, conte pra gente como vocĂȘ vem se alimentando no dia a dia. A gente, do Blog AIMA, quer saber!
Até a próxima!