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Anticoagulantes orais: quais cuidados com a dieta você precisa ter?

Q

Mãos seguram bandeja em formato de K com folhas verdes

uando tomamos anticoagulantes orais, muito falamos e ouvimos sobre a necessidade de realizar mudanças ou restrições na dieta, na alimentação que temos no dia a dia. Mas qual é a razão verdadeira para isso?


Quer saber mais sobre o assunto? Continue lendo esse artigo aqui no Blog AIMA!


Vamos começar do começo: falando sobre a coagulação do sangue e sobre o modo de ação da varfarina (comercialmente conhecida como Marevan), que é um dos anticoagulantes orais mais conhecidos e usado há décadas.


Para que a coagulação do nosso sangue funcione de maneira apropriada, precisamos de uma vitamina, a tão dita vitamina K.


A vitamina K funciona em nosso organismo como parte do processo de fabricação de vários fatores sanguíneos necessários para que o sangue coagule.


Neste sentido, você pode estar pensando... e então, o que a varfarina faz no nosso sangue para evitar ou tratar a trombose?


A varfarina funciona bloqueando em nosso organismo a fabricação desses fatores de coagulação que dependem da vitamina K, reduzindo então a atividade da coagulação do nosso sangue.


Com a coagulação funcionando de maneira inibida, conseguimos tratar as tromboses ou evitar que elas ocorram.


E onde encontrar vitamina K?


As principais fontes de vitamina K são os vegetais e também os óleos.


Os alimentos folhosos verde escuro, os preparados à base de óleo, as oleaginosas e frutas como o kiwi, abacate, uva, ameixa e figo contém teores significativos de vitamina K.


Assim, o efeito desse anticoagulante pode ser reduzido pelo consumo excessivo de vitamina K na dieta. Por isso é que, há alguns anos, se recomendava uma dieta restrita em vegetais folhosos, principalmente os de coloração verde escura.


Mas, o que se percebeu com o tempo de experiência com os anticoagulantes orais é que, quanto mais interferimos na dieta e nos hábitos de vida normal do paciente, mais difícil fica para ele aderir ao tratamento.


E o tratamento com a varfarina não costuma ser muito fácil para todas as pessoas, por ser um medicamento que tem dose variável e que requer que o paciente faça um exame chamado de RNI, periodicamente, para monitorização.


Por isso, se seu restrinjo a dieta, fica mais difícil ainda pro paciente, não é mesmo?


E então, como fazemos hoje em dia?


Deixamos que o paciente siga a sua dieta normalmente, com o cuidado apenas de que o consumo de alimentos ricos em vitamina K seja constante.


Com uma ingestão de um teor constante de vitamina K, fica mais fácil prever o seu efeito sobre o medicamento e evitar oscilações indesejadas nos níveis do exame de RNI.


Costumamos dizer, hoje em dia, que “a gente ajusta o remédio pra vida do paciente, ao invés de ajustar a vida do paciente ao remédio”. Parece mais interessante, não é mesmo?


Uma última informação importante: esses efeitos da dieta sobre o medicamento só valem para as drogas da mesma classe da varfarina, que funcionam interferindo no metabolismo da vitamina K.


Os outros anticoagulantes orais mais novos, como rivaroxabana, apixabana e dabigatrana, têm outros mecanismos de ação, impedindo a formação do coágulo de sangue por outras vias, sem interferência da vitamina K.


Então, não precisa restringir a dieta por causa deles também não, tá?


E aí, gostou do nosso artigo? Comente, compartilhe, conte pra gente como você vem se alimentando no dia a dia. A gente, do Blog AIMA, quer saber!


Até a próxima!


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