O Dímero-D é um fragmento de proteína que se forma quando um coágulo se dissolve no nosso corpo. Ainda tá difícil de entender? Então continue lendo esse artigo que eu vou te explicar direitinho sobre Dímero-D!
A nossa coagulação funciona com o que chamamos de “equilíbrio dinâmico”. Ou seja, ela está em equilíbrio, mas não está parada. O tempo todo ela é ativada e desativada, formando e dissolvendo coágulos no nosso sangue. Quando a coagulação é ativada, ocorre a formação de uma proteína chamada fibrina. Quando o nosso organismo desfaz a fibrina, se formam os fragmentos que chamamos de Dímero D.
O Dímero-D normalmente é indetectável no nosso sangue, a não ser que o nosso corpo esteja formando e dissolvendo quantidades significativas de coágulos.
Um exame de Dímero-D positivo ou aumentado pode indicar que você está tendo um trombo (coágulo). Mas ele não garante que isso está acontecendo, pois o Dímero-D também pode se elevar em outras situações, que não são de trombose. Além disso, o Dímero-D não consegue detectar o tipo de trombose e nem determinar onde ele está localizado no seu corpo.
Então em que situações está indicado fazer o exame de Dímero-D?
Quando o médico avalia nossos sinais e sintomas e há suspeita de:
trombose (venosa profunda);
embolia pulmonar;
derrame (AVC);
CIVD (coagulação intravascular disseminada, uma condição que ocorre em geral em pessoas internadas, em que ocorre sangramento associado à formação de coágulos no nosso sangue).
Então, o que fazer com um paciente com suspeita de trombose ou embolia pulmonar e que tem exame de Dímero-D elevado? Devemos fazer um exame de imagem (como ultrassom com Doppler, tomografia, cintilografia pulmonar) para confirmar a suspeita e definir o local exato da trombose/embolia. Se o exame de imagem confirmar, iniciamos o tratamento com medicamento anticoagulante.
Bom, agora já sabemos que o Dímero-D é um exame solicitado quando há suspeita principalmente de trombose e embolia pulmonar. Mas como eu disse anteriormente, é possível que o Dímero-D também fique alto sem que haja uma condição associada à trombose. Outras situações que podem causar Dímero-D elevado são:
trauma;
cirurgia recente;
câncer;
algumas doenças cardíacas, renais e hepáticas;
doenças inflamatórias, como a artrite reumatóide;
infecção (COVID-19, sepse e outras infecções);
gestação (tanto na gravidez normal quanto na pré-eclâmpsia e eclâmpsia);
idade (sim, o Dímero-D aumenta normalmente enquanto estamos envelhecendo).
Por isso só devemos solicitar a dosagem do Dímero D quando há suspeita de trombose/embolia, senão o resultado do exame pode nos deixar confusos e sem saber o que está acontecendo com o paciente.
A identificação da condição causadora do aumento do Dímero-D, requer uma correlação entre o resultado do exame e outros achados, incluindo o cenário clínico e os resultados de outros exames. E o médico hematologista é o profissional que pode te ajudar nesses casos.
Agora que você já sabe um pouco sobre o Dímero-D, eu te pergunto: ainda ficou com alguma dúvida? Tem mais sobre esse exame que você gostaria de saber?
Comente (queremos saber), leia, vamos conversar sobre o assunto aqui no Blog AIMA! Divida com a gente suas dúvidas e opiniões a respeito.
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