Quando os pacientes chegam ao médico após um diagnóstico de trombose, com frequência nos fazem duas perguntas, sendo a primeira: “porque eu tive trombose, qual foi a causa?” e a segunda: “quanto tempo vai durar o uso do anticoagulante?”
Bom, já posso te dizer que a resposta para a segunda pergunta está em grande parte na primeira. Isso porque o fator que foi o causador da trombose é um dos grandes determinantes do tempo de tratamento.
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Se uma pessoa tem uma trombose após um evento que consideramos como fortemente causador de trombose, como após uma cirurgia ortopédica, então já sabemos que o tratamento será curto, estimado em torno de 3 meses de uso de anticoagulante.
Isso porque entendemos que se não fosse esse por fator, possivelmente essa pessoa nunca teria tido uma trombose. Então o tempo de uso do anticoagulante é curto o suficiente para tratar a trombose.
Já se uma pessoa teve uma trombose por um fator genético considerado forte, nesse caso é possível que o tratamento seja por um tempo indefinido, que pode ser até para a vida toda.
Isso porque diferente do caso anterior, em que a pessoa que teve trombose por um evento passageiro na vida, nesse caso agora a pessoa carrega nos genes uma característica que será permanente.
E essa característica genética pode fazer com que essa pessoa tenha um alto risco de ter uma outra trombose, caso o uso de anticoagulante seja retirado.
Então, aqui nesse ponto, diante desses dois exemplos, percebemos que o anticoagulante é prescrito não só para tratar a trombose (como foi no primeiro caso), mas também para evitar que a pessoa tenha outra trombose posteriormente (como foi no segundo caso).
Assim, seguimos uma sequência de raciocínio: primeiro eu tenho que descobrir a causa da trombose. Pois para cada causa existe um risco diferente de recorrência da trombose, ou seja um risco de ela se repetir, que pode ser alto ou baixo. E, de acordo com esse risco, é que definimos se o tempo de tratamento será curto ou prolongado.
Mas então é só isso que define o tempo de tratamento com uso de anticoagulante?
Não. Esses são os primeiros, mas não os únicos questionamentos necessários para definir o tempo de tratamento.
Usamos também outras informações para calcular esse risco, como por exemplo, a idade, o gênero (homens em geral, têm maior risco de recorrência da trombose que mulheres), se a trombose foi em vasos mais finos ou mais calibrosos (superficiais ou profundos), avaliamos também alguns resultados de exames.
E, no caso de mulheres, se a trombose ocorreu enquanto ela usava hormônios ou anticoncepcionais, também influencia.
Depois de avaliarmos o risco de repetição (recorrência) da trombose, avaliamos também o risco que o paciente tem de sangrar com uso do anticoagulante. Afinal, precisamos considerar não só o benefício do tratamento, mas também os possíveis riscos dele.
E por último, mas não menos importante: quais as preferências do paciente. O que ele pensa e deseja sobre o tratamento? Ou seja, paciente e médico irão juntos tomar essa decisão.
Você faz ou já fez uso de anticoagulante? Tem interesse pelo assunto? Compartilhe e confira nossos próximos conteúdos aqui no Blog AIMA!
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